
Aprovado no doutorado, ex-aluno de Engenharia Ambiental se aprofunda na área de Climatologia
Aprovado no doutorado, ex-aluno de Engenharia Ambiental se aprofunda na área de Climatologia
Osmar Toledo Bonfim concluiu a graduação na FAI em 2015
18/04/18, às 17h04
Daniel Torres de Albuquerque
Fenômenos da natureza como chuvas ou secas intensas frequentemente causam prejuízos à infraestrutura das cidades e rodovias, agricultura, recursos hídricos e na sociedade em geral. Por essa razão, o monitoramento das condições climáticas e a sua compreensão contribuem para o planejamento das cidades, além de melhorar a capacidade de enfrentamento das intempéries com redução dos danos.
No Brasil, o estudo nas áreas de climatologia e meteorologia ainda é modesto e o ex-aluno de Engenharia Ambiental do Centro Universitário de Adamantina (FAI), Osmar Toledo Bonfim, viu aí um nicho de mercado para se aprofundar. “Eu me perguntei ‘por que não associar essa área pouco estudada com a Engenharia Ambiental?’”, questionou.
Foi assim que o herculandense, pouco antes de concluir a sua graduação em 2015, resolveu pesquisar sobre programas de mestrados oferecidos nas universidades brasileiras e, então, se decidiu pela área de Climatologia, sendo aprovado no programa de Pós-Graduação em Meteorologia do Instituto de Ciências Atmosféricas da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), em Maceió (AL).
“Dentro do programa fui bem recebido e encontrei algumas similaridades com a grade curricular do curso de Engenharia Ambiental (algumas disciplinas eu já tinha visto na graduação, como Poluição Atmosférica e Hidrologia). Desenvolvi minha dissertação em identificar as causa climáticas que ocasionam a ocorrência de chuvas extremas nas bacias hidrográficas Aguapeí-Peixe e obtive êxito na minha pesquisa conquistando meu título de mestre”, relatou Bonfim.
Após concluir o mestrado, Osmar Bonfim foi aprovado no doutorado em três universidades federais e teve o privilégio de escolher entre a UFCG, em Campina Grande (PB), a UFRN, em Natal (RN) e a UFSM, em Santa Maria (RS), tendo optado pela última.
“São quatro anos de estudo e primeiramente estou me dedicando a aprender linguagem de programação, que são utilizados na instituição para trabalhar com modelos climáticos (que avaliam as mudanças climáticas, aquecimento global etc.)”, avaliou. As aulas do doutorado tiveram início no mês de março deste ano.
Mas a base de todo esse caminho percorrido foi conquistada ainda na graduação. “[O curso de Engenharia Ambiental da FAI] foi essencial para conquistar uma vaga no mestrado. Deu-me o conhecimento necessário para chegar até aqui”, resumiu, ao destacar o agradecimento a vários docentes da Instituição.
E o futuro já está traçado. “Quando concluir o doutorado vai haver várias possibilidades de atuação, mas, no momento, penso em atuar no monitoramento de impactos ambientais de cunho climático, que envolvem temas como efeito estufa e aquecimento global, desertificação, enchentes, inundações e alagamentos, deslizamento de terras, mudanças climáticas e demanda de água e energia”, finalizou Osmar Bonfim.
Confira a íntegra da entrevista concedida por Osmar Toledo Bonfim à equipe do Departamento de Comunicação da FAI:
FAI - Como foi a sua preparação para ingressar nesse programa de mestrado da Universidade Federal de Alagoas (UFAL)?
Osmar - Bem, antes de concluir minha graduação em 2015, comecei a pesquisar sobre programas de mestrados oferecidos nas universidades do Brasil com a ajuda dos professores [doutor] Wendel [Cleber Soares], [doutor] Denilson [Burkert] e [doutor] Alexandre Teixeira [de Souza], então me decidi pela área de Climatologia. Por possuir boas notas, ter participado das atividades de pesquisas (PIBIC, PIVIC) da FAI e ter feito uma boa prova de seleção do mestrado, fui aprovado no programa de Pós-Graduação em Meteorologia do Instituto de Ciências Atmosféricas da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), na qual havia a linha de pesquisa que me interessava. Dentro do programa fui bem recebido e encontrei algumas similaridades com a grade curricular do curso de Engenharia Ambiental (algumas disciplinas eu já tinha visto na graduação, como Poluição Atmosférica e Hidrologia). Desenvolvi minha dissertação em identificar as causa climáticas que ocasionam a ocorrência de chuvas extremas nas bacias hidrográficas Aguapeí-Peixe e obtive êxito na minha pesquisa conquistando meu título de mestre.
FAI - E no de doutorado?
Osmar - Colhendo os bons frutos do mestrado e com ajuda da minha orientadora Djane Fonseca, além de participações em alguns congressos (inclusive o CPCFAI) fui aprovado no doutorado em três universidades federais e tive o privilégio de escolher entre a UFCG (Campina Grande, PB), a UFRN (Natal, RN) e a UFSM (Santa Maria, RS). Optei pela UFSM.
FAI - O que te motivou a seguir a área?
Osmar - Acredito que ter participado das atividades de pesquisas com os professores Denilson, Wendel e Vagner [Amado] Belo [de Oliveira] por cerca de um ano e meio tenha me despertado o interesse pelo mestrado ao invés de optar por uma especialização. Queria algo diferente, queria seguir um caminho diferente, então abracei a oportunidade e fui para Maceió [Alagoas] fazer o mestrado. Além disso, pensar que o estudo de climatologia/meteorologia no Brasil é escasso e constantemente somos atingidos por chuvas ou secas intensas que causam prejuízos à infraestrutura das cidades e rodovias, agricultura, recursos hídricos e na sociedade em geral, então, eu me perguntei “por que não associar essa área pouco estudada com a engenharia ambiental?”.
FAI - Quais os principais desafios enfrentados nesses cursos?
Osmar - Em algum momento a grade curricular da Engenharia Ambiental diverge com a da Meteorologia. A pós-graduação em meteorologia possui um maior aprofundamento em ciências exatas, ou seja, uma maior quantidade de cálculo e fórmulas, além das disciplinas especifica que são desafiadoras para estudantes que não são formados em meteorologia.
FAI - Em qual área é o seu doutorado?
Osmar - Optei por continuar na mesma área do mestrado (Pós-Graduação em Meteorologia, na linha de pesquisa de Climatologia).
FAI - Quando as suas aulas de doutorado tiveram início? Em qual Instituição? Por quanto tempo? E como está sendo a sua programação de estudos?
Osmar - Iniciaram em março deste ano, estou cursando na UFSM, são quatro anos de estudo e primeiramente estou me dedicando a aprender linguagem de programação, que são utilizados na instituição para trabalhar com modelos climáticos (que avaliam as mudanças climáticas, aquecimento global etc.).
FAI - O curso de Engenharia Ambiental da FAI te deu o suporte necessário para mais esse passo em sua carreira profissional?
Osmar - Claro que sim, foi essencial para conquistar uma vaga no mestrado. Deu-me o conhecimento necessário para chegar até aqui.
FAI - Como você avalia o curso de Engenharia Ambiental da FAI quanto à estrutura, o conteúdo programático e pedagógico e o corpo docente?
Osmar - Ótimo, só tenho elogios. Aprendi a fazer análises de água no laboratório junto com o professor Denilson, fiz pesquisa na horta da FAI com o professor Vagner, excelente estrutura (laboratório, sala de aula, biblioteca, sala de informática), conteúdo programático e pedagógico similar a qualquer outro curso de Engenharia Ambiental e sobre o corpo docente só tenho agradecer ao professor Alexandre Teixeira, professor [mestre] Alexandre [Rodrigues] Simões, professora [mestre] Daniele [de Oliveira] Moura [Silva], professora [mestre] Soraya [Stefani Butarelo Aléssio], professor [doutor] José [Carlos] Cavichioli, professora [doutora] Jaqueline Haddad [Machado], professor [doutor] Fernando Taka [Takayuki Nakayama], professora [mestre] Mariângela [Conceição Vicente Bergamini de Castro], professor [doutor] José Aparecido (Cidão) [dos Santos], professor [mestre] Francisco (Chico) [Régis Zago de Oliveira], professor [doutor] Delcio Cardim, professor [especialista] Ari [Aires de Alencar], professor [mestre Carlos Shigueyuki] Koyama, professor Vagner Belo e, em especial, aos professores Denilson Burkert e Wendel Soares. “Quando o alicerce é forte, a casa não cai. Eu tive uma boa formação e tirei o máximo proveito dela”.
FAI - Quais são seus planos para o futuro?
Osmar - Olha, quando concluir o doutorado vai haver várias possibilidade de atuação, mas, no momento, penso em atuar no monitoramento de impactos ambientais de cunho climático, que envolvem temas como efeito estufa e aquecimento global, desertificação, enchentes, inundações e alagamentos, deslizamento de terras, mudanças climáticas e demanda de água e energia.