
Medicina: reflexos do curso para a FAI, Adamantina e região
Medicina: reflexos do curso para a FAI, Adamantina e região
"Com certeza o curso de Medicina dará início a uma nova fase ao sistema de saúde em Adamantina e região", diz o diretor geral, Prof. Dr. Márcio Cardim
22/05/15, às 15h05
Prof. Dr. Márcio Cardim
As Faculdades Adamantinenses Integradas (FAI), após quase 50 anos de existência prestando relevantes serviços de saúde à comunidade, por meio de suas clínicas, consideram-se aptas para assumir um novo desafio: a criação de um curso de Medicina humana ampliando, assim, seu compromisso com a sociedade.
O curso tornou-se uma meta a ser alcançada a partir de alguns anos atrás, com a constatação da necessidade urgente que o Brasil e a região de Adamantina, em particular, têm de formar e fixar médicos habilitados que possam e desejem melhorar a atenção à saúde de populações residentes em municípios distantes daqueles de referência ou dos grandes centros urbanos e, consequentemente, diminuir a carência de médicos compromissados com o Sistema Único de Saúde (SUS) em regiões carentes como a de Adamantina.
O indicador que alavancou este projeto e transformou o desejo inicial em meta a ser cumprida no curto prazo foi a Lei nº. 12.871, de 22 de outubro de 2013, em seu artigo 30, parágrafo 1º: o quantitativo de médicos estrangeiros no Projeto Mais Médicos para o Brasil não poderá exceder o patamar máximo de 10% do número de médicos brasileiros, com inscrição nos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs), estabelecendo a estimativa de contratar 38.801, ou seja, 10% dos médicos inscritos no CRM Federal em 2013 para amenizar as discrepâncias regionais.
A FAI, pelas suas características pedagógicas e estrutura física, foi considerada elegível para abrigar uma escola de Medicina por contar com população regional com mais de 200 mil habitantes carentes de atendimento à saúde.
Trata-se de uma região que espelha ou reproduz as características de grande parte do território nacional: cidades de pequeno porte próximas umas das outras, interdependentes e desprovidas de recursos. Tal cenário mostra-se ideal para o treinamento e habilitação de jovens médicos que serão preparados para atuar em realidades adversas, com capacidade para oferecer assistência médica e propostas de melhorias nas condições de saúde dessas mesmas cidades.
Apesar de todas as carências dos aparelhos de saúde, do isolamento vivenciado de longa data, apartados das instituições de ensino médico, os gerentes das instituições e os gestores dos municípios contados para montar o cenário de ensino para o curso de medicina na FAI, englobando todos os municípios da Nova Alta Paulista, mostraram-se muito receptivos, com expectativas positivas diante de todos os benefícios que o curso acarretará para a região.
O projeto pedagógico do curso de Medicina foi elaboração pela própria FAI e irá triplicar o poder de investimento da Instituição, promovendo, consequentemente, melhoria na qualidade de seus cursos.
Com certeza o curso de Medicina dará início a uma nova fase ao sistema de saúde em Adamantina e região, a construção de um modelo voltado para a atenção básica, destinado à população mais necessitada.
Com a atuação dos professores do curso, dos preceptores e dos alunos teremos uma abrangência significativa. Este é o propósito do curso de Medicina da FAI.
Inicialmente foi firmado convênio com municípios que compõem a Microrregião de Saúde de Adamantina para a realização dos estágios de residência médica.
Serão realizados estágios nas Unidades Básicas de Saúde e incorporação dos acadêmicos de medicina às equipes do Programa de Saúde da Família (PSF) dos municípios, com a missão de oferecer atenção básica humanizada e aumentar a resolutividade dos serviços aos usuários do SUS. Já nos hospitais será desenvolvido o aprendizado das disciplinas clínicas, com distribuição dos alunos nos diversos serviços oferecidos nas unidades hospitalares.
Com a implantação do curso de Medicina, em médio período de tempo teremos para a região a ampliação dos serviços médicos e aumento da resolutividade da assistência, evitando, assim, que a população necessite se deslocar a outros centros em busca de diagnóstico e tratamento, o que favorecerá aos municípios com a diminuição dos gastos com transporte desses pacientes, diminuição no tempo de espera pelo diagnóstico e tratamento, aumentando a qualidade de vida da população em geral.
Sabemos que aqueles que procuram a Medicina, nesta realidade devastada, podem querer vislumbrar uma carreira estável e confiantemente segura nos aspectos econômicos e sociais.
Ao se formarem médicos, nossos alunos saberão que não haverá satisfação maior que uma vida salva pelas suas mãos. Saberão que não pertencerão mais a um meio privado e sim a um povo que espera por ajuda, no pior momento de suas vidas.
Esperamos formar homens e mulheres que estejam incumbidos de oferecer dignidade à condição humana e mais do que isso: que sejam felizes fazendo o possível para dar um novo começo, quando tudo parece ter chegado ao fim.
Nossos alunos, futuros médicos, saberão que devem curar a si mesmos antes de sugerir qualquer intervenção que mude o comportamento ou hábito, para beneficiar a sociedade com o exemplo que vale mais do que as palavras.
De posse da mais moderna ciência e tecnologia, saberão que haverá momentos em que nada mais pode ser feito. Mas desejamos que só cheguem a esta conclusão após terem feito o possível.
Conhecerão o real significado da ética ao tomar revelações que os colocarão humildemente em posição de igualdade àqueles que sofrem; e saberão que fazem parte de um todo que se resume em “humanidade”.