
Oficinas do curso de Psicologia marcam dia de luta antimanicomial em bloco do campus II da FAI
Oficinas do curso de Psicologia marcam dia de luta antimanicomial em bloco do campus II da FAI
Evento foi promovido em parceria com secretaria de saúde de Adamantina
21/05/12, às 07h05
Priscila Caldeira
Em comemoração à data de 18 de maio, o dia nacional de luta antimanicomial, o curso de Psicologia da FAI (Faculdades Adamantinenses Integradas) em parceria com o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial de Adamantina) realizou oficinas das 13h às 17h no hall de entrada do bloco II.
A mobilização no campus II da instituição contou com a participação de alunos do curso, de cerca de 30 pessoas atendidas pelo CAPS, e da comunidade em geral.
Conforme explica a psicóloga do CAPS, Lidia Akemi Mori, o objetivo foi integrar os pacientes à sociedade.
“O evento e as oficinas não necessariamente são uma situação onde eles estão aprendendo para fazer isso lá fora, não. Eles podem ter o aprendizado como a oficina das bonecas, a oficina de culinária, mas o que é mais importante que o professor Cassiano e eu enquanto psicólogos tivemos um olhar maior sobre isso, é o momento de troca e partilha dos pacientes com os alunos. Muitas vezes até hoje, apesar de tanta luta com a reforma psiquiátrica, eles são excluídos lá fora e aqui eles tiveram o espaço onde são olhados, tem momento de acolhimento e de compreensão”, avalia.
Um novo tratamento aos transtornos mentais no Brasil foi instituído pela lei nº 10.216 de 6 de abril de 2001, conhecida como Lei Paulo Delgado e Lei da Reforma Psiquiátrica. O coordenador do curso de Psicologia da FAI, Ms. Cassiano Ricardo Rumim, explica que foi proposta pelos profissionais de saúde (enfermeiros, psicólogos, psiquiatras, farmacêuticos e assistentes sociais) a criação de uma nova política pública em saúde mental que não se restringisse à prática da internação hospitalar.
“Em contrapartida isso vai ter um reflexo sobre os vários profissionais de saúde, a exemplo a gente pode tomar o profissional de Psicologia. Quando ele atuava no momento anterior a essa nova ordenação das políticas públicas de saúde mental, tinha uma atuação clínica baseada especialmente no atendimento individual. Agora como trabalha na atenção básica em saúde, predominantemente nessa nova reorientação, ele tem como demanda a necessidade de aprender trabalhar com grupos e desenvolver práticas com eles. Não que a prática clínica individual seja abandonada, mas é outra situação que se configura. Os sujeitos passam a receber atenção em níveis distintos de manifestação de sofrimento”, afirma Rumin.
Para marcar a luta pela reforma psiquiátrica, foram ofertadas oficinas de estampagem de camisetas, de bonecos, artesanato, culinária com saladas e, para o encerramento, foi ministrada oficina de produção de cachecóis. Enquanto as atividades eram realizadas, a dupla de alunos de Psicologia, André e Rubens, fez uma apresentação musical.