
Pesquisadores da FAI visitam centro de pesquisas de biogás no Paraná
Pesquisadores da FAI visitam centro de pesquisas de biogás no Paraná
Viagem permitiu a troca de conhecimento sobre tecnologias em energias renováveis
05/05/15, às 14h05
Daniel Torres de Albuquerque
Pesquisadores das Faculdades Adamantinenses Integradas (FAI) estiveram em Foz do Iguaçu (PR) na última quinta-feira, 30 de abril, para trocar experiências sobre projetos de produção de energia elétrica a partir do processamento de excrementos de animais.
A comitiva composta pelo coordenador do Núcleo de Prática de Pesquisa (NPP), Prof. Dr. José Aparecido dos Santos, e os pesquisadores Prof. Dr. Vagner Amado Belo de Oliveira (docente dos cursos de Agronomia, Engenharia Ambiental e Tecnologia em Agronegócios) e Prof. Dr. Éder Antônio Giglioti (diretor da empresa adamantinense SmartBio Desenvolvimento Tecnológico Ltda.), visitou o Centro Internacional de Energias Renováveis – Biogás (CIBiogás-ER), no Parque Tecnológico de Itaipu.
“O CIBiogás-ER é voltado exclusivamente para pesquisar a questão de energias renováveis, entre elas o biogás, e desenvolveu algumas iniciativas pioneiras nesse sentido. Tivemos a oportunidade de conhecer essas experiências e trazer para a região com a perspectiva de aprofundar o relacionamento com esse centro visando desenvolver a FAI Sustentável, dentro da área Agroambiental do programa FAI-Cidadan”, explicou o coordenador do NPP ao mencionar que a ideia é tornar a FAI autossustentável em energia a partir do biogás e de placas solares.
No local, os pesquisadores conheceram duas câmaras biodigestoras que produzem energia elétrica em parceria com propriedades rurais a partir do processamento de excrementos de diversos animais (como suínos, bovinos e aves) e que é utilizada para consumo próprio. O excedente é enviado à rede elétrica que abastece a zona urbana.
Segundo Santos, a aproximação com o CIBiogás-ER deve permitir apoio logístico ao Grupo de Pesquisas em Energia e Biotecnologia (GeneBio) da FAI, que já desenvolve pesquisas na área.
“Como no interior a base da economia é agrícola, há muito material que pode ser utilizado na produção de energia elétrica renovável e que atualmente está sendo desperdiçado”, lembrou.
GeneBio
O GeneBio conta atualmente com a participação de dez pesquisadores dos cursos de Química, Agronomia, Engenharia Ambiental, Tecnologia em Agronegócios, Ciência da Computação, Matemática e Economia e tem como objetivo desenvolver e transferir à sociedade tecnologias para a produção de energias renováveis, principalmente aquela a partir de resíduos agroindustriais e da pecuária, com dejetos de animais.
“Apesar de haver muita coisa desenvolvida na área de biodigestores, essa tecnologia ainda continua proporcionando um passivo ambiental extremamente grande, que é o resíduo do biodigestor. O GeneBio tem estudado nesses últimos anos e dado soluções para o reuso da água e concentração desses resíduos e transformação deles em biofertilizante viável para ser utilizado na agricultura”, revelou o pesquisador Éder Giglioti.
Segundo ele, o potencial da Nova Alta Paulista é grande nesse sentido. “Nós temos aqui na região o principal polo produtor de ovos do Brasil. Só para se ter ideia, existem 20 milhões de galinhas em Bastos. Com [o esterco de] 500 mil galinhas é possível produzir energia para toda a FAI. Com mais 500 mil, é possível fornecer a energia elétrica que cinco produtores utilizariam em suas granjas, tornando, assim, a FAI e esses produtores autossustentáveis em energia”, comentou.
O projeto ainda está em fase de estudos, mas tem o aval da direção geral da instituição para sair do papel nos próximos anos.