Sarau cultural marca evento inédito na FAI

Sarau cultural marca evento inédito na FAI

Universitários de História, Geografia, Matemática e Ciências Econômicas realizaram o evento

29/04/15, às 17h04

Por Rute Sueli Jesus, graduanda do 3º termo de História

Revisão de: Daniel Torres de Albuquerque

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Universitários dos cursos de História, Geografia, Matemática e Ciências Econômicas mobilizaram-se para a realização do I Sarau Cultural das Faculdades Adamantinenses Integradas (FAI).

A iniciativa realizou-se no dia 17 de abril e marcou o lançamento da segunda edição do livro Nova Alta Paulista, 1930-2006. Do desenvolvimento contido ao projeto político regional, de autoria da Prof.ª Dra. Izabel Castanha Gil.

O livro sintetiza a sua tese de doutoramento, defendida no Programa de Pós-Graduação em Geografia pela Unesp de Presidente Prudente. Seu trabalho foca a formação econômica e social da Nova Alta Paulista.

Todas as turmas participantes compõem-se de alunos da professora Izabel. O evento contou com o apoio dos professores, das coordenações de cursos e da direção geral da FAI. Também participaram alguns convidados, como seus familiares, o professor Victor Evangelista (da ETEC Prof. Eudécio Luiz Vicente) e cinco médicos cubanos, que já passaram a fazer parte da comunidade adamantinense. O médico Ivan Aguilar declamou um poema de sua autoria, dedicado a sua mãe.

Caracterizando um sarau, a programação foi bastante diversificada: poesias e poemas (de autoria própria e declamados), stand-up comedy, bate-papo sobre a ficção como gênero literário, e muita música. O cerimonial e os registros fotográficos também foram realizados por universitários.

Regada a champanhe, uma singela confraternização marcou o encerramento do encontro. Como mimo, cada participante levou para casa uma taça de vidro gravada a laser, registrando o nome e a data do evento.

Para a professora Izabel, os objetivos da iniciativa consistiram em “criar oportunidade para que os universitários exercitassem ações de mobilização, planejamento, execução e participação, demonstrando que, muitas vezes, a realização de um bom evento depende mais de envolvimento do que de vultosos recursos financeiros”.

“O sarau é um momento intimista, quando pessoas que se conhecem se reúnem para socializar suas habilidades. Todos temos algo a compartilhar”, destacou a professora.

Os saraus chegaram ao Brasil com a família real, em 1808. Seguiam os moldes dos salões franceses, frequentados por um público seleto, caracterizando-se como uma reunião de pessoas que compartilhavam música, literatura, poemas, e outras modalidades artísticas e culturais.

Inicialmente, eram realizados no Rio de janeiro, mas logo fazendeiros de São Paulo aderiram à moda e, na metade do século XIX, estavam espalhados por todas as capitais do país. Alguns deles contavam com a participação de poetas e músicos ilustres, porém, artistas anônimos também gostavam de sondá-los. No século XX, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, e outros modernistas marcaram os saraus do salão Villa Kyrial, na Vila Mariana, em São Paulo. O requinte e o apurado conteúdo cultural nunca deixaram de marcar esses encontros.

Pelo entusiasmo do primeiro evento realizado neste outono, outros saraus acontecerão por aqui. Professores e universitários cogitam a próxima edição, ainda em 2015, provavelmente na modalidade literária.