Workshop sobre Biologia e Genética de Abelhas da FAI contribui para alavancar o futuro da apicultura regional
Workshop sobre Biologia e Genética de Abelhas da FAI contribui para alavancar o futuro da apicultura regional
Objetivo é criar uma Central de Produção de Rainhas e de Melhoramento Genético para servir a comunidade em geral e preservar as abelhas e o meio ambiente
20/03/15, às 17h03
Priscila Caldeira
A promoção durante o período da manhã e tarde desta quinta-feira (19) do I Workshop sobre Biologia e Genética de Abelhas no auditório Miguel Reale no Câmpus II das Faculdades Adamantinenses Integradas (FAI), foi avaliada como extremamente positiva. O evento, ministrado pelo doutor em Ciências Biológicas (Biologia Genética) pela USP Ademilson Espencer Egea Soares, é resultado de parceria da FAI com o Departamento de Genética da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto.
Com a palestra e reunião de trabalho, a FAI objetiva criar uma Central de Produção de Rainhas e de Melhoramento Genético, para servir a comunidade em geral e preservar as abelhas e o meio ambiente.
Quem avalia o evento é o diretor geral, professor doutor Márcio Cardim.
“Essa parceria com a USP vem ao encontro do projeto FAI-Cidadan , e abrange várias áreas como a saúde, educação e agroambiental. Na próxima fase nossa tentativa será de implementar dentro da FAI um laboratório de melhoramento genético com o objetivo de produzir rainhas para uma melhor produção comercial, isso proporcionará ao apicultores da região a aquisição dessas matrizes”, ressalta.
O coordenador do Núcleo de Prática e Pesquisa (NPP) da FAI, professor José Aparecido dos Santos, doutor em Geografia pela Unicamp, articula junto ao NPP as ações para a consolidação do FAI-Cidadan.
“Tínhamos o objetivo de conhecer a realidade apícola da região. E com a participação de apicultores, funcionários das casas de agricultura, técnicos, professores e estudantes foi possível conhecer esta realidade. Extremamente positivo foi o incentivo ao público presente, um estímulo da importância desta atividade que passa pela questão da segurança alimentar, pois 80% do alimento no mundo é polinizado pelas abelhas e tem a questão de reflorestamento”, afirma Santos.
Os diversos cursos da FAI, como Biologia, Farmácia, Agronomia, Engenharia Ambiental, Química, Engenharia de Alimentos, até mesmo a Odontologia, podem desenvolver pesquisas utilizando os produtos das abelhas.
O professor doutor Ademilson Espencer Egea Soares ressalta que a expectativa com a parceria, além de resultar na criação de um centro de melhoramento genético de produção de rainhas associado à inseminação instrumental das abelhas que possam alavancar a apicultura regional – no sentido de fornecer rainhas selecionadas para os apicultores, produção de mel ou de própolis ou de pólen nas áreas em que tiverem interesse – também é estimular a criação das abelhas indígenas.
“A jataí, por exemplo, produz sobretudo resina e mel de excelente qualidade que podem ser aplicados na área médica, pois são produtos que têm grande eficiência para controle de bactérias, de fungos, são cicatrizantes e inibidores de tumores. Isso valeria muito a pena investir”, destaca Espencer.
A estudante do 2º ano de Ciências Biológicas da FAI e apicultora no distrito de Varpa, situado no município de Tupã, Neyla Ferreira Kempes aposta na contribuição da FAI na criação de uma Central de Produção de Rainhas e de Melhoramento Genético.
“Essa central de atendimento na FAI vai ser excelente, porque aqui na região nós não temos nada parecido com isso e vai ser muito bom, tanto para os estudantes daqui da FAI como para toda a região”, avalia.
A participação no workshop foi aberta para a comunidade acadêmica e também a apicultores, biólogos, agrônomos, zootecnistas e médicos veterinários e demais interessados no assunto.
O workshop está inserido no FAI-Cidadan – um centro de investigações sobre desastres naturais, saúde, educação e alerta nas cidades com base em dados meteorológicos obtidos por satélites –, criado em novembro de 2014 em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).