Equilíbrio financeiro e formação de professores de Enfermagem foram desafios da gestão de Pedro Ruete à frente da FEO

Equilíbrio financeiro e formação de professores de Enfermagem foram desafios da gestão de Pedro Ruete à frente da FEO

Biomédico ocupou a função de diretor geral da instituição entre 1986 e 1993

01/08/14, às 16h08

Daniel Torres de Albuquerque

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Convidado a ser vice, mas que em pouco tempo assumiu o posto de diretor geral da então Faculdade de Enfermagem e Obstetrícia (FEO), permanecendo no cargo por sete anos. Assim começou a trajetória do Prof. Me. José Pedro Forghieri Ruete à frente de uma das instituições que antecederam as Faculdades Adamantinenses Integradas (FAI), deixando sua marca na história.

“Naquele momento, a FEO, criada por uma série de motivos os quais não vêm ao caso agora, estava com problemas de estruturação em relação em nível de professores, estruturação em nível de pagamento de receitas, que nós não tínhamos receita suficiente para que o curso continuasse, e precisávamos, na época, de uma parceria muito grande com a Prefeitura”, contou Pedro Ruete, lembrando os primeiros momentos de sua gestão em 1986, que se estendeu até 1993.

Adamantina já contava na época com a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FAFIA), que funcionava no mesmo prédio em que a FEO estava instalada (o atual Campus I da FAI), porém, por se tratar de duas instituições individuais, cada uma deveria recorrer aos seus próprios recursos para a sua manutenção. “E, como todo curso inicial, nós não tínhamos professores da casa, tínhamos que trazer de fora e isso onerava em muito”, revelou.

No início da segunda metade da década de 1980, Ruete ocupava a função de vice-diretor da instituição, mas, após a renúncia do então diretor, Prof. Alfredo Peixoto Martins, veio a assumir a direção com o aval do então prefeito adamantinense Sérgio Gabriel Seixas e com a responsabilidade de estabilizar financeiramente a faculdade.

“Trouxemos professores de fora e fomos trabalhando com a receita de um curso de três anos, que depois nós passamos para quatro anos, e fomos trabalhando junto à Prefeitura para que o curso se caracterizasse pela eficiência dos professores e dos próprios alunos que viriam a ser formar visto que na região, naquela época, nós não tínhamos enfermeiros suficientes para atender os hospitais e clínicas e era muito interessante ter o curso aqui em Adamantina”, prosseguiu.

Profissionalização do mercado e formação de professores

Um dos principais destaques da gestão do Prof. Me. Pedro Ruete à frente da FEO, segundo apontou ele mesmo, foi a busca de professores da casa entre os próprios alunos que se formavam na instituição.

“O que se imaginou foi observar aqueles [alunos] que se sobressaíssem ou os que teriam alguma característica que poderia ser aproveitada no curso e, assim, galgamos alguns desses alunos e trouxemos para a instituição um curso de especialização em pós-graduação de uma universidade de Ribeirão Preto e conseguimos algumas bolsas a alunos os quais hoje ainda estão na faculdade dando aula, graças a tudo o que fizemos. Eu quero deixar bem claro que nenhum de nós daquela época fez favor algum a esses profissionais, mas eles mereceram o grau de colocação porque eles se sobressaíam não só como estudantes, mas como profissionais”, ressaltou o ex-diretor.

Outra conquista daquela gestão teria sido a superação das dificuldades financeiras. De acordo com Pedro Ruete, inicialmente a limitação financeira equalizou os salários de todas as funções da FEO, desde o diretor até o funcionário da limpeza.

“Com o decorrer do tempo nós passamos a melhorar porque começamos a preencher o quadro completo de alunos e uma série de outras questões que começavam a engrandecer [as finanças da instituição] e com isso tivemos a capacidade de restaurar o valor financeiro e o valor do curso foi se elevando, lógico que sempre com a parceria do [ex-prefeito] Sérgio Seixas na Prefeitura, que nos subsidiava, muitas vezes, quando faltava o dinheiro”, ponderou.

Na visão do ex-diretor, que permanece há 33 anos como professor de cursos na área de Biológicas da FAI, a trajetória da instituição adamantinense de Ensino Superior ao longo de seus 46 anos de atividades é significante, democrática e marcante para a cidade e região.

“Nós temos que ver as virtudes que cada [diretor] teve e a instituição só é o que é hoje porque cada um desses que ocuparam o cargo de diretor teve grandes virtudes que tornaram a FAI uma instituição regional e mais que regional, mas do estado e nacional porque temos alunos de vários locais deste Brasil e ninguém faz isso sozinho. E eu tenho certeza que os dias que virão, desta instituição, serão sempre melhores porque nós temos dentro dela uma democracia e uma clara vivência de que todos os que trabalham aqui querem o seu engrandecimento”, finalizou Pedro Ruete.