Em tempos de COP30, Drª. Ho-Ching Lee visita Adamantina e traz experiência internacional sobre a temática do clima ao curso de História da FAI

Em tempos de COP30, Drª. Ho-Ching Lee visita Adamantina e traz experiência internacional sobre a temática do clima ao curso de História da FAI

Pesquisadora taiwanesa integra debates sobre o fundo “Tropical Forest Forever Fund (TFFF)” e destaca urgência para redução plásticos nos oceanos

12/11/25, às 17h20

Miguel Henriq Orlandini dos Santos

Revisão de: Jéssica Nakadaira

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A professora Dra. Ho-Ching Lee (cujo nome significa rio de águas claras) é referência internacional em relações internacionais e sustentabilidade. Segunda-feira, dia 10/11, ela visitou a turma de História do Centro Universitário de Adamantina/FAI. A ação integrou a agenda da pesquisadora, que está no Brasil para participação na COP30, em Belém/Pará. Entre os temas que ela se dedica, estão governança ambiental, preservação das florestas tropicais e a crise dos plásticos.

Aos 74 anos, Dra. Lee mantém intensa atividade acadêmica: é professora de Relações Internacionais e diretora do Graduate College of Sustainability and Green Energy na National Central University, em Taiwan. Doutora pela State University of New York at Albany (EUA), recebeu diversos prêmios de excelência em ensino (2005, 2009, 2011, 2013 e 2015) e participa desde 2007 das Conferências do Clima da ONU (COPs).

No encontro com os estudantes da FAI, Dra. Lee compartilhou experiências de negociação internacional e práticas de políticas públicas ambientais, além de sua atuação no Tropical Forest Forever Fund (TFFF) — iniciativa que reúne cerca de 70 países da faixa tropical para criar um fundo permanente de conservação das florestas. Ela reconhece que a iniciativa tem grande chance de ser bem-sucedida e partiu do governo brasileiro.  Ao comentar os objetivos do TFFF, ela observou: “Forever, but nothing is forever”, ressaltando a necessidade de mecanismos permanentes, porém adaptáveis, de financiamento e proteção ambiental.

A pesquisadora chamou atenção para a emergência do tema dos plásticos nos oceanos e ambientes terrestres: “o plástico não se degrada no meio ambiente; ele se fragmenta em inúmeras partículas”, alertou. Defendeu alternativas práticas e culturais para redução do consumo de descartáveis, citando sacolas biodegradáveis, preferência por roupas de fibras naturais, talheres de madeira e escovas de bambu como exemplos de soluções de menor impacto.

Durante sua estadia no Brasil, a Dra. Lee manifestou admiração pela hospitalidade brasileira e pela diversidade natural do país — citou o Rio de Janeiro, as praias e o Cristo Redentor, e elogiou a gastronomia local, destacando vinagrete, picanha, abacaxi, manga e melancia.

Ao encerrar a conversa com os alunos, a professora compartilhou uma máxima que costuma repetir em suas palestras. “Se você trabalha sozinho, você trabalha rápido; se trabalha junto, você trabalha mais feliz e sempre muito mais.”

Ao final do encontro, a professora Dra. Izabel Castanha Gil presenteou a Dra. Lee com produtos derivados do jatobá, como licor, farinha, cremebá de jatobá e amendoim, cremebá de jatobá e avelã, mel da flor de jatobá, bolobá (mistura instantânea para bolo de caneca) e uma cartilha produzida pelos alunos do curso de História. Ela também recebeu dois frutos in natura. O jatobá é uma espécie tropical típica do continente Americano e não é encontrada na Ásia, o que despertou grande curiosidade na pesquisadora.

Sua estada em Adamantina deve-se à amiga Fabrícia Sayuri Nakae, que contatou a professora Izabel Castanha Gil. Considerando a oportunidade inusitada, a Dra. Lee foi convidada para conversar com os alunos de História. O professor Antônio Carlos Haddad (Cacá) foi o intérprete. Participaram os graduandos do 4º e do 6º termo, acompanhados também do professor Marcos Martinelli. Tatiana Jô, cartógrafa e mestranda na Unesp de Presidente Prudente, também prestigiou o evento.

 

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