
Alunos de Medicina Veterinária auxiliam na validação do novo teste de leishmaniose
Alunos de Medicina Veterinária auxiliam na validação do novo teste de leishmaniose
Teste foi realizado dia 20 no campus II da FAI e será utilizado a partir deste semestre como método oficial de triagem na região
25/06/12, às 08h06
Priscila Caldeira com a colaboração do prof. Alexandre Wolf
Revisão de: Priscila Caldeira
O curso de Medicina Veterinária da FAI (Faculdades Adamantinenses Integradas) desempenhou importante papel no auxílio da validação do novo teste de leishmaniose, denominado DPP® (Dual Parth Platform), em tradução livre “Plataforma de Duplo Compartilhamento”, desenvolvido pelo Instituto BioManguinhos (RJ).
O treinamento do novo teste rápido foi realizado dia 20 no auditório Miguel Reale, campus II da FAI.
Após sua validação, o teste DPP® será utilizado, a partir deste semestre, como método oficial de triagem em nossa região para se diagnosticar os cães portadores da doença, principalmente por ser avaliado pelos profissionais como de fácil e rápida execução, além de se mostrar extremamente confiável e sensível. Para o fechamento do diagnóstico, os animais passarão por testes confirmatórios (RIFI e PCR) realizados pelo Instituto Adolfo Lutz.
Os dez municípios da Nova Alta Paulista, participantes do “Projeto de Controle da Leishmaniose Visceral Americana Canina”, enviaram amostras de sangue de cães possivelmente positivos à Clínica Veterinária da FAI.
A profª. Ms. Silvana Gomes Gonzalez realizou o teste DPP® e, posteriormente, as mesmas amostras foram enviadas ao IAL (Instituto Adolfo Lutz), em São Paulo, sob supervisão do médico veterinário Roberto M. Hiramoto, quando eram realizados os testes de contraprova: ELISA (Teste de Imunoflurescência Enzimática), RIFI (reação de Imunofluorescência Indireta), PCR (reação em cadeia da polimerase) e, novamente, o DPP®.
Para a utilização do novo teste, o médico Hiramoto organizou um treinamento na FAI, com a participação de médicos veterinários e de 60 agentes de saúde da região, que serão os executores dos exames dentro do Projeto.
O treinamento também contou com a presença do Prof. Dr. Alexandre Wolf, coordenador do curso de Medicina Veterinária da FAI, da Profª. Ms. Silvana Gomes Gonzalez, professora do curso e parceira na validação do teste DPP®, das orientadoras de estágio da Clínica Veterinária da FAI, Luciene Capelari Dias e Rosana Mitiko Nakahara, e do aluno e estagiário do curso, Rodrigo Perazza Benegue.
“A parceria da FAI tem sido fundamental, desde o lançamento do Programa, passando pelas amostras usadas na validação deste teste e culminando sempre com suporte para os treinamentos regionais sobre tal programa, como ocorreu no último dia 20”, avaliou o coordenador de Veterinária da FAI, prof. Dr. Alexandre Wolf.
Leishmaniose Visceral Americana
A Leishmaniose Visceral Americana (Calazar) é uma zoonose (passa de animais para o ser humano), causada por um protozoário (Leishmania chagasi ou infantum) e que tem o cão como principal reservatório e os insetos que se alimentam de sangue, conhecidos como flebótomos ou flebotomíneos (Lutzomyia longipalpis, mosquito palha), como transmissor.
Para combater esta doença, que vem se difundido em nossa região, a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo lançou o Programa de Controle da Leishmaniose Visceral Americana Canina, que faz o diagnóstico e o sacrifício dos cães portadores, além da divulgação de informações sobre a doença e seu controle à população.
Muitos avanços ocorreram nos métodos diagnósticos da doença, entretanto, é necessário combater de forma mais efetiva o vetor (flebótomo ou mosquito-palha) e, sobretudo, trabalhar pela prevenção, incluindo-se aí a vacinação de animais, o uso da coleira repelente do flebótomo, mas, preferencialmente, um trabalho conjunto com a população para impedir um ambiente sujo com material orgânico (folhas, fezes e lixo), não deixar os animais soltos pelas ruas e buscar informação para permitir, com responsabilidade, as ações dos programas de controle de doenças.
“Lembramos ainda que no Brasil o tratamento de cães positivos, utilizando-se drogas da terapêutica humana ou não registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) está proibido pela Portaria Interministerial nº 1.426, de 11 de julho de 2008, do Ministério da Saúde (MS) e MAPA”, explicou Wolf.