
Um dos maiores desafios foi manter a qualidade de ensino, ter todos os estágios e conseguir sair autossuficiente, declarou o ex-diretor da FEO, prof. Roberto Juraci Correa
Um dos maiores desafios foi manter a qualidade de ensino, ter todos os estágios e conseguir sair autossuficiente, declarou o ex-diretor da FEO, prof. Roberto Juraci Correa
O licenciado em Ciências Biológicas atuou à frente da FEO de 1994 a 1996
04/08/14, às 14h08
Priscila Caldeira
“A FEO tinha sido instalada recentemente e passou por um período muito difícil na mão do professor José Pedro Ruete que fez ‘das tripas o coração’ para mantê-la e entregou para mim quase ‘redondinha’ a faculdade”. Assim o professor Roberto Juraci Correa, licenciado em Ciências Biológicas, começou relembrando o momento que antecedeu sua gestão na antiga Faculdade de Enfermagem e Obstetrícia de Adamantina (FEO).
À frente da direção geral da FEO nos anos de 1994 a 1996, o docente revelou que um dos maiores desafios foi manter a qualidade de ensino, a oferta de todos os estágios nas graduações e obter a autossuficência financeira.
“Durante o meu período, a FEO deixou de ser deficitária. O número de alunos triplicou, passamos a ter de três a quatro classes de 1º ano, com 60 alunos no noturno e 40 ou 50 à tarde. Lembro-me que no primeiro ano [de gestão] aplicávamos o dinheiro das mensalidades para render os juros, e assim fazermos a folha de pagamento dos professores”, explicou.
Segundo ele, para haver essa estabilização, foi feita uma série de ajustes e coletadas informações junto ao Conselho Estadual de Educação do estado de São Paulo (CEE - SP): “Reajustamos as mensalidades conforme o poder aquisitivo dos alunos. Quando saímos, eu acredito que deixamos mais de RS 900 mil em caixa”.
O professor faz questão de ressaltar a contribuição da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FAFIA) no crescimento da FEO. “Lembro-me que a FAFIA também deixou muito mais do que nós, porque ela era mais poderosa. Se não fosse a FAFIA, a FEO estaria em situação mais difícil. Trabalhamos no prédio da FAFIA, a qual também deixou um alto valor que permitiu ao professor Gilson Parisoto comprar o terreno do Campus II”, afirmou.
Autorização para funcionamento de dois cursos
Com a estabilização financeira advinda desde a gestão anterior, o professor Roberto Juraci comentou que foi possível a solicitação de dois cursos junto ao CEE- SP: Administração e Farmácia.
“O Conselho Estadual de Educação sempre foi muito rígido, a gente solicitava os cursos, ele negava, achou que a preocupação do interior era o ensino fundamental. Mas houve uma mudança, eles viram a pujança das faculdades do interior e permitiram que fizessem o pedido de dois cursos para a FEO e dois para a FAFIA”, declarou.
A abertura dessas graduações possibilitou o crescimento da faculdade que, conforme afirma, ficou conhecida em todo o país: “Sempre com a ajuda do professor José Pedro Ruete, que tinha experiência, a gente viajava para São Paulo com objetivo de melhorar cada vez mais as condições de ensino. Na época, era grande o número de pessoas de fora – do Acre, Amazonas, Pará, e da Baixada Santista – que estudava na instituição e a faculdade tornou-se conhecida”.
Exemplo disso, de acordo com o docente, são os ex-alunos que atuam nos maiores hospitais do Brasil, como o Albert Einstein e o Hospital das Clínicas de São Paulo, “inclusive fazendo pesquisa que é fruto desse trabalho em conjunto de vários professores que se destacavam”.
Avaliando a FAI desde a sua gestão até os dias atuais, Roberto Juraci foi categórico ao afirmar a importância do papel desempenhado por todos os diretores gerais. E tece comentário elogioso à atual direção.
“Alguns diretores foram mais dinâmicos, outros mais ‘agressivos’ em abrir cursos, outros ainda mais reticentes e mais calmos para manter pelo menos o pagamento dos professores. De todos eles, o que tem me chamado bastante a atenção é o atual, Márcio Cardim, porque quando ele iniciou a gestão havia nuvens negras, pelo menos na cidade se falava muito que a faculdade corria risco. Vejo que ele não só equilibrou financeiramente, como elevou o nome da FAI e faz parte do Conselho [Estadual de Educação]. Admiro muito o atual diretor e espero que continue assim”, completou.