“A FAI é fruto de uma evolução muito grande e brilhante”, avalia Cássio Stérsi, primeiro diretor da extinta FAFIA

“A FAI é fruto de uma evolução muito grande e brilhante”, avalia Cássio Stérsi, primeiro diretor da extinta FAFIA

Para o ex-diretor, os maiores desafios foram o reconhecimento junto ao CEE e a construção de uma sede

30/07/14, às 21h07

Daniel Torres de Albuquerque

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Os tempos eram difíceis. O Brasil vivia o ápice do Regime Militar sob a égide do então presidente Artur da Costa e Silva, porém, Adamantina, por sua vez, vivia um momento que mudaria a sua história a partir dali: a inauguração de sua primeira instituição de Ensino Superior, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FAFIA).

Por meio da Lei Municipal nº 853, de 29 de junho de 1967, sancionada pelo então prefeito Gumercindo “Tino” Romanini, a FAFIA dava seus primeiros passos em meados de 1968 nas mãos de uma equipe de visionários comandados pelo Prof. Cássio Stérsi dos Santos, que aceitou o desafio de ser o primeiro a administrar a instituição recém criada.

“O maior desafio inicial que enfrentamos foi o de conseguir um patrocinador que nos defendesse junto ao Conselho Estadual de Educação [CEE-SP] para que a FAFIA fosse aprovada e isso nós conseguimos graças ao deputado Costinha [José Costa], que nos apresentou o professor Erasmo de Freitas Nunes, que era membro do Conselho. Graças a esse professor nós tivemos todas as instruções para elaborar o processo e o mesmo defendeu a instalação da Faculdade de Filosofia em Adamantina”, lembrou Cássio Stérsi.

Outro grande desafio era a dificuldade em encontrar e contratar professores que possuíssem títulos de graduação, especialização, mestrado ou doutorado a fim de lecionarem na nova faculdade. “Essa era uma exigência da lei criada pelo Governo Federal, no mandato do presidente [Ernesto] Geisel, que patrocinava e tentava ajudar a instalação de faculdades e estabelecimentos de Ensino Superior pelo interior do Brasil”, explicou o ex-diretor.

Primeiros cursos e sede própria

Na época de seu início, a grade de cursos da FAFIA era composta por Pedagogia, Ciências Biológicas, Português e Estudos Sociais. “Fizemos um esforço muito grande, e isso com a ajuda do professor Gilson [Parisoto], do professor Antônio Jorge [ex-diretor já falecido] e de vários outros colegas da escola, para transformar o curso de Ciências Sociais, de três anos, em Ciências Biológicas, de quatro anos, e também conseguimos instalar os cursos de Geografia e História”, ressaltou Stérsi.

Um fato interessante lembrado pelo ex-diretor foi que, na época, a FAFIA começou a funcionar nas instalações do Colégio Madre Clélia, tendo, posteriormente, sido construído o prédio que atualmente abriga o Câmpus I da FAI, na rua Nove de Julho.

“Com a insistência junto ao Tino [Romanini, então prefeito de Adamantina] e o esforço que ele produziu, nós construímos o prédio da Faculdade de Filosofia, que na época foi um avanço extraordinário”, recordou.

Cássio Stérsi avaliou como “uma evolução muito grande e brilhante” a proporção e o alcance tomados pela instituição após 46 anos de atividades. E a avaliação feita pelo primeiro diretor da casa ao testemunhar a história da FAI não podia ser melhor.

“Realmente aquele espírito pioneiro que nós tínhamos parece ter sido transmitido aos vários diretores que nos sucederam e que conseguiram, desse modo, transformar a então Faculdade de Filosofia nesse grande avanço cultural que é a FAI atualmente”, completou.